A Serra de Montejunto fica situada apenas a cerca de 40 km a Norte de Lisboa, entre a A1 e a A8, e é um símbolo de beleza selvagem e extraordinária que urge preservar, cujos acentuados relevos, formações calcárias, misteriosas grutas e a diversidade animal e vegetal a tornam um património natural inigualável.
A sua morfologia imprime-lhe um carácter de inacessibilidade que inviabiliza qualquer povoamento humano. Devido ao seu microclima característico de transição entre a influência marítima e continental, e às condições geomorfológicas desta serra, a sua fauna e flora são muito distintas das dos ecossistemas envolventes.
A sua morfologia imprime-lhe um carácter de inacessibilidade que inviabiliza qualquer povoamento humano. Devido ao seu microclima característico de transição entre a influência marítima e continental, e às condições geomorfológicas desta serra, a sua fauna e flora são muito distintas das dos ecossistemas envolventes.
A sua estrutura geológica proporciona a existência de várias dezenas de grutas e algares distribuídas por todo o espaço da serra, no entanto a sua exploração, pelos riscos envolvidos, está reservada aos especialistas. É outra história ...
Dedaleiras (Digitalis purpurea)
É uma Área de Paisagem Protegida desde 1999, e Sítio da Rede Natura 2000 e é parte integrante do Maciço Calcário Estremenho, onde se encontra o ponto mais alto da Região Oeste. É pequena (15 km de comprimento) e de baixa altitude (666 metros). Tem acessos rodoviários por Pragança, Vila Verde dos Francos e Abrigada.
Aspecto do pinhal da Serra de Montejunto
O coberto arbóreo tem sido quase totalmente destruído pelos incêndios de Verão, o mais devastador dos quais em Setembro de 2003.
Porque vale então a pena ir à Serra de Montejunto:
· Pela vista do Miradouro da Salve Rainha, onde em dias claros e limpos podem-se avistar as Berlengas e o Sítio da Nazaré.
· Pelo Convento e Real Fábrica de Gelo, construída para abastecer Lisboa de gelo ... em 1741 !
· Pela vegetação que restou, especialmente o castinçal.
· Na Primavera, pelas orquídeas ...
Na Serra de Montejunto, ainda resiste o castinçal mais meridional de Portugal, talvez por estar perto de um quartel da Força Aérea ... Pois não creio que o espírito dos frades dominicanos que o plantaram no século XVIII (os mesmos que construíram o Convento e a Real Fábrica de Gelo) ainda o proteja. É um sítio belo e mágico.
O castanheiro é uma árvore de folha caduca, que está espalhada um pouco por todo o país, mas predomina nas zonas com altitudes superiores a 500 metros e com baixas temperaturas no Inverno (Vila Real, Bragança, Guarda etc.),
Os castanheiros chegam a atingir 45 metros de altura e a formar copas com 30 a 40 metros de diâmetro, e têm um período de vida muito elevado, chegando ao milhar de anos ...
Distingue-se o castinçal, que é um povoamento de castanheiros bravos (não enxertados) destinados à produção de madeira, dos soutos, povoamentos de castanheiros mansos, enxertados, para a produção de castanha.
Porque vale então a pena ir à Serra de Montejunto:
· Pela vista do Miradouro da Salve Rainha, onde em dias claros e limpos podem-se avistar as Berlengas e o Sítio da Nazaré.
· Pelo Convento e Real Fábrica de Gelo, construída para abastecer Lisboa de gelo ... em 1741 !
· Pela vegetação que restou, especialmente o castinçal.
· Na Primavera, pelas orquídeas ...
Na Serra de Montejunto, ainda resiste o castinçal mais meridional de Portugal, talvez por estar perto de um quartel da Força Aérea ... Pois não creio que o espírito dos frades dominicanos que o plantaram no século XVIII (os mesmos que construíram o Convento e a Real Fábrica de Gelo) ainda o proteja. É um sítio belo e mágico.
O castanheiro é uma árvore de folha caduca, que está espalhada um pouco por todo o país, mas predomina nas zonas com altitudes superiores a 500 metros e com baixas temperaturas no Inverno (Vila Real, Bragança, Guarda etc.),
Os castanheiros chegam a atingir 45 metros de altura e a formar copas com 30 a 40 metros de diâmetro, e têm um período de vida muito elevado, chegando ao milhar de anos ...
Distingue-se o castinçal, que é um povoamento de castanheiros bravos (não enxertados) destinados à produção de madeira, dos soutos, povoamentos de castanheiros mansos, enxertados, para a produção de castanha.
Castinçal de Montejunto
É neste ambiente que subsistem 2 populações de Dactylorrizha insularis, que pelo menos até 2008 têm vindo a ser vistas todos os anos.
Dactylorrizha insularis - Fotos tiradas em 2007.
Quanto a outras espécies presentes, é uma das zonas mais ricas dos arredores de Lisboa. Já encontrei também:
- Barlia robertiana
- Orchis mascula
- Orchis italica
- Orcis anthropophora (Aceras anthopophorum)
- Orchis x bivonae (híbrido Orchis anthopophora x Orchis italica)
- Serapias parviflora
- Ophrys lutea
- Cephalantera longifolia
Ophrys lutea da Serra de Montejunto
Muito interessante. Principalmente para quem pouco conhece, como é o meu caso. E aprendi o que é um castinçal e um souto, termos que não conhecia, a não ser o termo "souto" à entrada de povoações, como o "Souto da Casa" e outros. Já sei porque se chamam assim. Portugal tem realmente lugares paradisíacos; é pena estarem tão pouco divulgados. Fico à espera das próximas novidades.
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirExcelente trabalho o seu de divulgação desta área natural.
Meu nome é Cristiano e sou orquidólogo no Brasil. Trabalho com distribuição espacial e ecologia de orquídeas na Universidade onde Leciono. Possivelmente, irei fazer meu pós-doutorado em Portugal, e gostaria de trabalhar com algumas das espécies que você apontou acima. Poderia me mandar mais informações à respeito das orquídeas e da área? Se possível por favor entre em contato comigo pelo meu e-mail institucional (pedroso@uniararas.br).
Abraços.
Numa visita à serra de Montejeunto, em Abril de 2018, encontramos rosetas que tudo indicava serem epipactis. Há registos desta orquídea na serra de Montejunto?
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