quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A Serra de Montemuro

Foi bom revisitar mais uma vez a Serra de Montemuro, por onde já passei inúmeras vezes, em todas as estações do ano, quer no trajeto Viseu – Vila Real, quer no de Castro Daire – Cinfães.

Com neve … (fevereiro de 2006)


 Com tempestade … (abril de 2006)


 E na primavera … (abril de 2006)


Esta vez o objetivo era a observação de Serapias cordigera e Dactlylorhiza caramulensis. Estas últimas, foram as primeiras orquídeas que observei fora das zonas calcárias, no já longínquo ano de 2006.



 
Este ano, de passagem para Bragança, revisitei a aldeia de Vilar, onde foi fácil encontrar estas duas espécies, dado que estão presentes em inúmeros prados da zona.








Posteriormente, numa saída da AOSP em outros locais da serra, encontrámos diversas populações de Dactlylorhiza caramulensis.







 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Epipactis phyllantes

Na mesma saída da AOSP onde vi a Cephalanthera rubra, em Grandais, vi pela primeira vez uma população razoável de Epipactis phyllantes, junto a Fresulfe, também no Parque Natural de Montesinho.

Na primeira visita, a 6 de junho, não havia flores abertas. Numa segunda visita, a 26 de junho, a situação era bem diferente. Inúmeras plantas tinham já flores abertas, como habitualmente frágeis, pouco abertas e pendentes.

Muito semelhante à Epipactis fageticola (exemplares existentes no Souto do Concelho, Manteigas, e agora também descobertos na Mata da Margaraça, na Zona de Paisagem Protegida da Serra do Açor), é controverso se estas populações serão afinal da mesma espécie, e neste caso, qual delas. 

Uma curiosidade: na população foi encontrada uma planta albina, o que é bastante raro. Acabou por não florescer.

População em 6 de junho:




População em 26 de junho:






A planta albina que não floresceu:


sexta-feira, 17 de julho de 2015

A Ophrys apifera

A Ophrys apifera é uma espécie relativamente comum, distribuída pela faixa litoral a sul de Aveiro, Algarve, e por Tás-os-Montes.

Existem ainda algumas variantes interessantes, das quais saliento:
  • Forma hipocromática
  • Forma bicolor

De referir ainda o híbrido Ophrys x turiana, entre Ophrys apifera e Ophrys tenthredinifera subs. ficalhoana.

 Ophrys apifera, Parque Natural da Arrábida


  
Ophrys apifera, Cheleiros, Mafra



Ophrys apifera, Paiã, Odivelas



Ophrys apifera forma hipocromática, Parque Natural da Arrábida





Ophrys apifera forma bicolor, Ereiras, Pombal




Ophrys x turiana, Lavre




E por último, não resisto a apresentar a Ophrys apifera var. sicoensis J. Monteiro, descoberta por José Brites Monteiro na zona de Sicó, reproduzindo em seguida com a devida vénia a foto existente em
http://www.vitormonteiro.eu/Sites_Clientes/orquideas.pt.vu/imgs/Ophrys/apifera%20var.%20sicoensis.jpg


quarta-feira, 8 de julho de 2015

A Epipactis helleborine

A Epipactis helleborine não é tão comum em Portugal como as aparentadas lusitanica e tremolsii, mas é mais abundante que as delicadas fageticola / phyllanthes.

Encontra-se, de acordo com a Flora-on, “Em clareiras e orlas de bosques caducifólios, povoamentos florestais (pinhais) e matagais, por vezes, também no sob coberto. Em locais frescos e algo húmidos, sobre diversos substratos. “

Estas fotos foram tiradas em Gondesende, Parque Natural de Montesinho, na orla de um bosque de Quercus pyrenaica, em 5 de junho de 2015.






quinta-feira, 2 de julho de 2015

A Neotinea ustulata

Quem vê fotografias espetaculares da Neotinea ustulata e depois vai à procura dela, está à espera de uma planta robusta, com uns 50 cm de altura (ao estilo da Dactylorhiza caramulensis).

Agora se afinal não passa dos 8 - 10 cm (como a Ophrys pintoi), é preciso redirecionar a vista para plantas mais pequenas. Costumamos dizer que o complicado é encontrar a primeira, porque a partir daí os olhos com facilidade encontram mais.

Longo preâmbulo para dizer que inicialmente só olhava para a Gymnadenia conopsea e não via a Neotinea ustulata, embora na zona dos Lagos de Saliencia, no Alto da Farrapona, em Somiedo, Astúrias, a primeira tenha apenas o dobro da altura da segunda.

Mas finalmente, com as preciosas indicações do amigo Américo Pereira, encontrei a orquídea que me faltava, das existentes em Portugal.

Em Portugal apenas é conhecida uma localização, junto a São João da Pesqueira, e perdi algum tempo, à chuva, a tentar encontrá-la, no passado mês de abril. Já era a terceira tentativa em 3 anos consecutivos, desde que José Brites Monteiro descobriu essa população. Mas em vão. Estava escrito que teria que ir bem para Norte para fotografar esta espécie delicada e belíssima.

E lá estava ela, na companhia da Gymnadenia conopsea e da Dactylorhiza maculata, que neste local tem também um porte reduzido. 

Esta Neotinea ustulata, anteriormente designada por Orchis ustulata, depois de inicialmente ser denominada Neotinea ustulata por Carl Linnaeus em 1753, é uma orquídea delicada e muito bela.

Fotografias tiradas em 25 de junho de 2015.